
9 de abril de 2010
8 de abril de 2010
7 de abril de 2010
3 de abril de 2010
2 de abril de 2010
31 de março de 2010
Grilo no Paparazzo

30 de março de 2010
24 de março de 2010
“to be or not to be? that is the question”

e o corpo amolece caindo entre as nuvens espirais
a mente esvazia em inconectibilidade
entorpeço para to be ou para not to be?
o silêncio que deflagra torna-se a melhor resposta
um esporro da sociedade pac-man
fugir da consciência girando uma grande engrenagem
que range muito alto e dolorosamente
mundo imaterial cheio de obstáculos de concreto
um carro a cento e cinquenta por hora
not to be e bate
morre...
mas... espere... há air-bag!
vivas à tecnocracia mágica
divindade de borracha
aleluia do to be
insanidade insalubre cheia de graças
quem roga aos pecadores
traficante de almas
insônia
anestesia e big mac’s
sonhos, e pesadelos intermináveis
e a última dose na veia
that is the question
18 de março de 2010
17 de março de 2010
Contradição...

16 de março de 2010
10 de março de 2010
9 de março de 2010
3 de março de 2010
Filtro Solar Fator 30

preciso acordar. acordar e por os pés no chão e respirar fundo a espera de mais um dia mesmo estando com sono. preciso tomar um banho para curar o resto de ressaca que permanece em minhas olheiras fundas. escovar os dentes. passar desodorante e perfume enquanto escovo os dentes. preciso fazer a barba. bochechar três vezes e cuspir sem errar a pia. vestir uma camiseta limpa e uma calça nem tanto. encontrar minhas meias perdidas na gaveta. preciso amarrar os tênis bem amarrados para que eu não precise amarra-los novamente. estou atrasado. preciso tomar um copo de leite mas isso posso deixar para mais tarde. preciso sair correndo e trancar a casa direitinho. não posso esquecer nada se não perco o ônibus. preciso andar rápido sem me distrair. ser rápido para atravessar a avenida movimentada sem morrer atropelado. preciso de um café. pegar o ônibus lotado sem opção de esperar o próximo. tomar cuidado para não pisar em nenhum pé. tomar cuidado para não parecer encarar um estranho e ser mal educado. preciso não me apaixonar por alguém desse ônibus. preciso me manter firme para não desabar e descer com cuidado sem ser muito lerdo. correr rápido para pegar outro ônibus. preciso sentar no assento para idosos. preciso dar lugar para um idoso sentar. preciso dar sinal na hora certa e chegar até a porta. descer e andar até a cantina. engolir um pão com manteiga e uma dose dupla de café com três colheres de açúcar mascavo. não posso perder a hora da aula. preciso falar bom dia para o professor. ser gentil com os meus colegas. lembrar tudo o que foi feito a dois dias atrás. preciso ficar acordado. preciso ir ao banheiro mas posso esperar o fim da aula. preciso responder a questão de maneira correta. preciso saber a resposta correta. preciso estudar mais. ficar quieto enquanto ouço o professor discursar sobre a situação política atual do país. preciso comprar grafite. preciso levantar-me rápido para ir ao banheiro. preciso de papel higiênico. lavar as mãos. descobrir para qual sala minha aula foi transferida. outro café. preciso não desabar na carteira. prestar atenção. saber se tenho dinheiro em minha conta. preciso passar no banco. preciso tomar aspirina para ver se essa dor de cabeça passa. preciso trocar meus óculos. checar meus e-mails. preciso estudar mais e alugar um filme de arte na locadora. preciso ir ao cinema de vez em quando. saber em que posição meu time está na tabela do campeonato. preciso jogar futebol. preciso andar logo para não pegar uma fila grande para o almoço. ter paciência. lavar as mãos. preciso comer menos carne e mais salada. preciso achar um lugar longe dos outros. preciso parar de olhar para a bunda de todas as mulheres. preciso trepar. preciso evitar um início de ereção. preciso pensar em trabalho. pensar na minha mãe. pensar no último capítulo da novela. preciso ler mais jornais mas isso posso pensar depois. preciso pegar mais um ônibus. preciso de um desodorante. preciso escovar os dentes. preciso chorar um pouco às vezes. preciso de uma companheira. trabalhar. trabalhar. trabalhar. trabalhar. cafezinho. trabalhar. trabalhar. trabalhar. trabalhar. preciso jogar bola com o pessoal. passar a bola na hora certa. chutar forte. preciso fazer um gol. preciso me exercitar mais para não cansar tão rápido. preciso me acostumar com a derrota. preciso tomar um banho. preciso parar de reparar no pênis do cara ao meu lado. beber muita cerveja com churrasquinho. preciso parar de olhar tanto para aquela mulher do outro lado da mesa. preciso chegar nela sem queimar meu filme. falar coisas inteligentes. ser engraçado. tentar uma aproximação. beber mais cerveja. mijar. preciso tomar coragem. preciso não parecer surpreso com ela me esperando na saída do banheiro. preciso não parecer idiota. preciso beijar bem. beijar muito bem. beijar. preciso fazer a barba. beijar. preciso pagar a conta. preciso chamar um táxi. preciso manter-me interessante. aceitar o convite para subir. preciso elogiar o apartamento mesmo ele estando uma zona. preciso de uma camisinha. acreditar que ela é limpa. preciso não gozar muito rápido. preciso fazê-la gozar. preciso gritar. explicar o porque de ter broxado e que nunca isso acontecera comigo. preciso ficar quieto. apaixonar-me por ela porque ela é carinhosa. beijar com amor. preciso ir para casa. anotar o telefone. preciso não me esquecer de ligar amanhã. vestir-me. dar um longo beijo de adeus. preciso correr para pegar o último ônibus. preciso comprar um carro. parar de pensar nela. preciso chegar em casa e não dormir no ônibus. arrumar o despertador. preciso dormir. não posso ter insônia hoje. preciso parar de pensar. preciso parar com pensamentos suicidas. preciso de um pijama novo. sonhar. esquecer. sonhar com ela. sonhar que sou um herói. sonhar que estou caindo. cair. esquecer. preciso acordar. acordar e por os pés no chão e respirar fundo a espera de mais um dia mesmo estando com sono. preciso viver.
2 de março de 2010
Sereníssima
25 de fevereiro de 2010
22 de fevereiro de 2010
Tarde de algum dia de Fevereiro com Tim Maia
A chuva choveu mesmo havendo sol naquela tarde de fevereiro e durou uns poucos minutos.
21 de fevereiro de 2010
19 de fevereiro de 2010
Tristessa - Jack Kerouac

2 de fevereiro de 2010
1 de fevereiro de 2010
As coisas do cotidiano
que ela venha logo...
Por hora, vou dar algumas dicas pra quem estiver lendo essa postagem:
Filme: AMARELO MANGA

Gênero: Drama
Duração: 100 min.
Lançamento (Brasil): 2003
Estúdio: Olhos de Cão Produções
Distribuição: Riofilme
Direção: Cláudio Assis
Roteiro: Hilton Lacerda
Filme brasileiro que não tenta

Livro: VIAGEM AO ORIENTE - Hermann Hesse
Um belo livro, curto e grosso, e desses que não dá para parar de ler até seu fim, é Hermann Hesse com seu lírismo fantástico, realístico, romântico... não importa. Reflexões sobre a memória, a história, e a transformação das pessoas ao tentar narrar aquilo que foi vivido.
Gibi: CAPITÃO PRESENÇA - Arnaldo Branco
Coletânea com o que há de melhor desse carismático personagem de Arnaldo Branco, que mostra que apologia é coisa de polícia, a pegada é fazer humor inteligente e ainda conseguir levar a reflexão, não apenas aqueles que não usufluem da cannabis, mas principalmente seus amantes de carterinha, que precisam de argumento para defender seu hábito.

Música: A MINHA VOZ ESTÁ NO AR - Facção Central
O rap de qualidade da Facção serve àqueles que não acreditam na visão de mundo da Globo e da Veja. É fácil se assustar com as letras, achar coisa de bandido e tudo mais, difícil é reconhecer a qualidade desses versos, e ver que a realidade encontrada neles atingem muito mais pessoas que as matérias do Fantástico.
26 de janeiro de 2010
22 de janeiro de 2010
Para Sempre Lilia (2002)
diretor
LUKAS MOODYSSON
roteiro
LUKAS MOODYSSON
fotografia
ULF BRANTÅS
elenco
OKSANA AKINSHINA, ARTYOM BOGUCHARSKJ
produtor
LARS JONSSON
produtora
MEMFIS FILM
21 de janeiro de 2010
14 de janeiro de 2010
12 de janeiro de 2010
9 de janeiro de 2010
8 de janeiro de 2010
7 de janeiro de 2010
Na correria
Dúvida cruel...
5 de janeiro de 2010
Acadêmicos amestrados
Por Idelber Avelar [Terça-Feira, 1 de Dezembro de 2009 às 15:31hs]
Se um marciano aterrissasse hoje no Brasil e se informasse pela Rede Globo e pelos três jornalões, seria difícil que nosso extra-terrestre escapasse da conclusão de que o maior filósofo brasileiro se chama Roberto Romano; que nosso grande cientista político é Bolívar Lamounier; que Marco Antonio Villa é o cume da historiografia nacional; que nossa maior antropóloga é Yvonne Maggie, e que o maior especialista em relações raciais é Demétrio Magnoli. Trata-se de outro monólogo que a mídia nos impõe com graus inauditos de desfaçatez: a mitologia do especialista convocado para validar as posições da própria mídia. Curiosamente, são sempre os mesmos.
Se você for acadêmico e quiser espaço na mídia brasileira, o processo é simples. Basta lançar-se numa cruzada contra as cotas raciais, escrever platitudes demonstrando que o racismo no Brasil não existe, construir sofismas que concluam que a política externa do Itamaraty é um desastre, armar gráficos pseudocientíficos provando que o Bolsa Família inibe a geração de empregos. Estará garantido o espaço, ainda que, como acadêmico, o seu histórico na disciplina seja bastante modesto.
Mesmo pessoas bem informadas pensaram, durante os anos 90, que o elogio ao neoliberalismo, à contenção do gasto público e à sanha privatizadora era uma unanimidade entre os economistas. Na economia, ao contrário das outras disciplinas, a mídia possuía um leque mais amplo de especialistas para avalizar sua ideologia. A força da voz dos especialistas foi considerável e criou um efeito de manada. Eles falavam em nome da racionalidade, da verdade científica, da inexorável matemática. A verdade, evidentemente, é que essa unanimidade jamais existiu. De Maria da Conceição Tavares a Joseph Stiglitz, uma série de economistas com obra reconhecida no mundo apontou o beco sem saída das políticas de liquidação do patrimônio público. Chris Harman, economista britânico de formação marxista, previu o atual colapso do mercado financeiro na época em que os especialistas da mídia repetiam a mesma fórmula neoliberal e pontificavam sobre a “morte de Marx”. Foi ridicularizado como dinossauro e até hoje não ouviu qualquer pedido de desculpas dos papagaios da cantilena do FMI.
Há uma razão pela qual não uso aspas na palavra especialistas ou nos títulos dos acadêmicos amestrados da mídia. Villa é historiador mesmo, Maggie é antropóloga de verdade, o título de filósofo de Roberto Romano foi conquistado com méritos. Não acho válido usar com eles a desqualificação que eles usam com os demais. No entanto, o fato indiscutível é que eles não são, nem de longe, os cumes das suas respectivas disciplinas no Brasil. Sua visibilidade foi conquistada a partir da própria mídia. Não é um reflexo de reconhecimento conquistado antes na universidade, a partir do qual os meios de comunicação os teriam buscado para opinar como autoridades. É um uso desonesto, feito pela mídia, da autoridade do diploma, convocado para validar uma opinião definida a priori. É lamentável que um acadêmico, cujo primeiro compromisso deveria ser com a busca da verdade, se preste a esse jogo. O prêmio é a visibilidade que a mídia pode emprestar – cada vez menor, diga-se de passagem. O preço é altíssimo: a perda da credibilidade.
O Brasil possui filósofos reconhecidos mundialmente, mas Roberto Romano não é um deles. Visite, em qualquer país, um colóquio sobre a obra de Espinosa, pensador singular do século XVII. É impensável que alguém ali não conheça Marilena Chauí, saudada nos quatro cantos do planeta pelo seu A Nervura do Real, obra de 941 páginas, acompanhada de outras 240 páginas de notas, que revoluciona a compreensão de Espinosa como filósofo da potência e da liberdade. Uma vez, num congresso, apresentei a um filósofo holandês uma seleção das coisas ditas sobre Marilena na mídia brasileira, especialmente na revista Veja. Tive que mostrar arquivos pdf para que o colega não me acusasse de mentiroso. Ele não conseguia entender como uma especialista desse quilate, admirada em todo o mundo, pudesse ser chamada de “vagabunda” pela revista semanal de maior circulação no seu próprio país.
Enquanto isso, Roberto Romano é apresentado como “o filósofo” pelo jornal O Globo, ao qual dá entrevistas em que acusa o blog da Petrobras de “terrorismo de Estado”. Terrorismo de Estado! Um blog! Está lá: O Globo, 10 de junho de 2009. Na época, matutei cá com meus botões: o que pensará uma vítima de terrorismo de Estado real – por exemplo, uma família palestina expulsa de seu lar, com o filho espancado por soldados israelenses – se lhe disséssemos que um filósofo qualifica como “terrorismo de Estado” a inauguração de um blog em que uma empresa pública reproduz as entrevistas com ela feitas pela mídia? É a esse triste papel que se prestam os acadêmicos amestrados, em troca de algumas migalhas de visibilidade.
A lambança mais patética aconteceu recentemente. Em artigo na Folha de São Paulo, Marco Antonio Villa qualificava a política externa do Itamaraty de “trapalhadas” e chamava Celso Amorim de “líder estudantil” e “cavalo de troia de bufões latino-americanos”. Poucos dias depois, a respeitadíssima revista Foreign Policy – que não tem nada de esquerdista – apresentava o que era, segundo ela, a chave do sucesso da política externa do governo Lula: Celso Amorim, o “melhor chanceler do mundo”, nas palavras da própria revista. Nenhum contraponto a Villa jamais foi publicado pela Folha.
Poucos países possuem um acervo acadêmico tão qualificado sobre relações raciais como o Brasil. Na mídia, os “especialistas” sobre isso – agora sim, com aspas – são Yvonne Maggie, antropóloga que depois de um único livro decidiu fazer uma carreira baseada exclusivamente no combate às cotas, e Demétrio Magnoli, o inacreditável geógrafo que, a partir da inexistência biológica das raças, conclui que o racismo deve ser algum tipo de miragem que só existe na cabeça dos negros e dos petistas.
Por isso, caro leitor, ao ver algum veículo de mídia apresentar um especialista, não deixe de fazer as perguntas indispensáveis: quem é ele? Qual é o seu cacife na disciplina? Por que está ali? Quais serão os outros pontos de vista existentes na mesma disciplina? Quantas vezes esses pontos de vista foram contemplados pelo mesmo veículo? No caso da mídia brasileira, as respostas a essas perguntas são verdadeiras vergonhas nacionais.
Essa matéria é parte integrante da edição impressa da Fórum de novembro de 2009.
4 de janeiro de 2010
2010
Deixo uma musiquinha feliz em anexo...
Há braços.
31 de dezembro de 2009
26 de dezembro de 2009
18 de dezembro de 2009

E de repente acordou e não conseguiu controlar a imensa vontade do choro que brotara do pé de seus olhos, assim como uma criança manhosa que desaba em lágrimas após ter deixado o doce cair no asfalto, não controlava os soluços que pareciam cada vez mais fundos no peito, não sabia ao certo o que acontecia, com a vista embaçada observava a parede branca de seu quarto e um sentimento de vazio dominava sua mente, cambaleou até a porta e trancou-a para que ninguém presenciasse esta cena absurda, sentia-se como um jesus na cruz tendo que suportar todas as dores da humanidade, e mesmo não acreditando em anjos olhou para o teto implorando misericórdia, e chorou mais e mais, até que sua camisa se encharcasse e o nariz ardesse de tanto escorrer viscoso ranho, sentiu-se como os velhos que choram à toa pelos tempos passados, como as mães que perdem seus filhos prematuramente, e os enamorados que se separam indefinidamente mesmo querendo permanecer juntos, chorou pelos pobres que moram nas favelas sitiadas, pelos que passam fome e pelos que precisam de umas doses de pinga pela manhã para continuarem vivendo, chorou pela borboleta que só vive um dia e pelos animais em extinção, pela flor que amassara no dia anterior, chorou também as lembranças de quando era criança e não sabia muitas coisas da vida, chorou a vida, a morte e as incertezas e reticências, chorou também de felicidade mesmo não entendendo porque o fazia, chorou tanto e tudo que seus olhos secaram ao passo que seu quarto vinha alagado, e não sabendo nadar, morreu afogado de tanto chorar.
17 de dezembro de 2009
16 de dezembro de 2009
11 de dezembro de 2009
10 de dezembro de 2009
9 de dezembro de 2009
7 de dezembro de 2009
O Cão Vadio
4 de dezembro de 2009
3 de dezembro de 2009
2 de dezembro de 2009
Encontro Ancestral
