27 de junho de 2011

HUMANOS

A invensão da questão social referente ao trabalho sempre se impôs no ditame das conquitas dos trabalhadores enquanto sua luta diária pela sobrevivência, se no tocante do início da formação de uma sociedade capitalista, ela se deu como um tipo de resistência passiva, na qual os mendigos eram forçados a trabalhar para poderem existir, ao longo do advento de uma sociedade salarial, essa resistência foi aos poucos se transformando em luta ativa contra as configurações perversas do capital. A luta por direitos representou o espectro de uma unidade em meio a categorias tão diversas de trabalho, o que exigiu a criação de um direito diferenciado daquele normativo, referente a simples organização da sociedade. O direito trabalhista, assim como a criação de uma Justiça específica para lidar com o desenvolvimento da organização do trabalho demonstraram a necessidade do capitalismo em ceder alguns espólios aos trabalhadores organizados. O desenvolvimento da indústria, aliado ao progresso tecno-científico da maquinaria resultaram num duplo movimento sem precedentes à organização dos trabalhadores: ao passo que alienava cada vez mais o trabalhador do processo produtivo, separando iguais e os colocando em conflito, também colocou a disposição destes cada vez mais mercadorias selecionadas ao seus poderes aquisitivos. Logo o trabalhador não conseguiria ver para além de sua própria esteira rolante, seus direitos enquanto membro da cadeia produtiva, serviria apenas para resgatar aquilo que já lhe fora perdido. E assim, os trabalhadores perderam a união, ao não identificarem em seus semelhantes, pessoas iguais.

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