27 de agosto de 2013

Andar Ébrio


3 comentários:

  1. Matar os capitalistas e os burocratas... esses vilões que existem fora e acima de nós, enquanto nós somos pessoas humildes que apenas queremos ser livres. Essas ficções impactantes reproduzem modos de ver as coisas, nos quais para alcançar o Bem basta eliminar o Mau, como se fossem propriedades de entidades separadas, opostas e bem definidas. Também é o indício de que, sob certas condições, a gente perde a noção da complexidade das coisas, apesar de tudo.

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    1. Concordo completamente Arthur. Definir o tão sonhado alcance de uma "emancipação humana" reproduzindo um chavão antigo (maio de 68) é triste... mas é um sonho, uma utopia... a tentativa de resolver os problemas de uma maneira simples, mocinho ganha do vilão no final do filme, o epectador sai contente do cinema...

      O mestre Sergio Silva fez a seguinte sugestão: "Poderia haver um penúltimo quadrinho: "O dia em que todos terão, tudo possuirão e serão destruídos"." - concordo com ele... e na verdade, o quadrinho segue a mesma linha do começo ao fim, não busca uma solução nova ou universal, uma revolução... pelo contrário, a personagem principal, o andarilho ébrio, repete em pensamento aquilo que critica: "E percebo que todos nesse mundo, ou estão mortos, ou estão dispostos a matar" (5° quadrinho)... fechando assim um ciclo vicioso, não solucionando nenhum problema, apenas reproduzindo a lógica já existente...

      um sonho ébrio.... talvez de um niilismo triste...

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