Que coisa linda... ontem, domingo (03 de março), o querido Bira Dantas completou 50 anos de vida, sendo que boa parte deles, dedicado aos quadrinhos e suas histórias... para comemorar essa data tão especial, várias exposições com os trabalhos do Bira terão lançamento em Campinas... eis a Birada Cultural!!!
A primeira vez que falei com o Bira foi por telefone, estávamos organizando o 3° Mostra Luta em 2010, e eu, junto do Coletivo Miséria erámos responsáveis pela vertente de quadrinhos da Mostra. Liguei para o Bira para saber se ele estava afim de participar de um debate junto de Carlos Latuff e o Coletivo Miséria sobre "Quadrinhos e Resistência", depois de um breve bate-papo, tudo fechado para o debate... eu ainda não conhecia o Bira pessoalmente, e como naquela época, não era comum a utilização de facebook, não sabia nem como era esse cabra.
Qual não foi minha surpresa, quando ao longo de uma oficina de quadrinhos realizada pelo Coletivo ao longo da Mostra no MIS-Campinas, aparece o dito cujo, com muitas risadas e bom humor... assistiu a oficina inteirinha... quem diria, o mestre vendo os novatos... foi muito interessante, ao fim da oficina, entregamos exemplares da revista Miséria pro Bira e ele nos presenteou com a seguinte carica:
Re-encontramos o Bira no dia do debate, estávamos Latuff, João da Silva e eu, esperando o pessoal chegar, daí apareceu o Bira com um convite irresistível, tomar uma cervejinha antes do debate - pra quem me conhece sabe que eu não resisto a esse tipo de convite, e tenho a tendência de considerar muito as pessoas que o fazem, principalmente quando pagam a conta - então tomamos umas 3 garrafas de breja, e fomos ao debate, encontramos o Flóqui, que lembro ter ficado triste por não beber também. Ao longo do debate, conheci mais das experiências de trabalho e de vida de dois grandes mestres do cartum brasileiro, e eles conheceram um pouco daquilo que era a Miséria, taxada no dia de "quadrinho barraqueiro".
Quando o Coletivo Miséria estava preparando seu quinto número, convidamos o Bira a participar, ele então enviou duas charges, que ilustram a 3° capa da revista. O tempo foi passando, o Bira chegou a enviar uma HQ de cinco páginas para o que seria a Miséria número 6, que nunca saiu da tela do computador.
No início de 2012, o Bira nos enviou um e-mail, falando que tinha votado na revista Miséria como melhor zine do ano para o 28° Prêmio Angelo Agostini... ficamos surpresos e começamos uma campanha para arrecadar votos. Resultado: acabamos ganhando o tal prêmio, e com uma votação "monstruosa" de acordo com o Bira. Fomos então, eu, Miguelito, Fábinho e Lícia para receber o prêmio, devidamente trajados com as plaquinhas "Vendo Miséria", organizamos uma algazarra, com as revistas miséria expostas em cima de um pano vermelho no chão do Instituto Cervantes, e mais uma vez observei o quão gente fina foi o Bira conosco naquele dia.
Depois disso muita coisa aconteceu, encontrei o Bira novamente em um bate-papo na Biblioteca Municipal de Campinas, junto com Mário Cau, Miguelito, Eduardo Ferigato e Paulo Ramos. Antes disso, por ser dia de meu aniversário na época, o Bira fez questão de me embreagar, e mais uma vez pagar a conta... ufa!, como podemos ver na foto abaixo:
Fora tudo isso, quando estava por lançar meu primeiro livro de quadrinhos, o "Refluxo" pela Fábrica Ocupada Flaskô, o Bira aceitou escrever o prefácio do livro, na camaradagem, escreveu um texto muito massa, e até me chamou de "radical" (será?)... para mim, isso foi muito importante, pois os dois posfácios do livro são de autoria de João da Silva e Ricardo Flóqui, os dois responsáveis por eu começar e continuar desenhando, e o Bira foi o cara que sempre incentivou toda e qualquer "mulecada" que começa a se aventurar pelos quadrinhos, uma vida não muito fácil, mas muito divertida...
Por fim, queria agradecer ao Bira Dantas por todo o apoio que ele sempre deu ao Coletivo Miséria, e depois aos desgarrados desse coletivo, parabenizá-lo pelos 50 anos de existência, e dizer que estamos ai, sempre juntos pro que der e vier...
É nois manu Bira!!!
Conheci o bira quando fiz curso de desenho no Paulo Branco no Castelo. Ele morava no mesmo condomínio que eu, ali próximo e, por vezes, peguei carona com ele. Eu ainda era uma criança, mas nunca me esqueci dele. Toca muito bem sua gaita...que nostalgia hahaha parabéns Bira!
ResponderExcluirBatata, só agora consigo te responder. Muito obrigado pela amizade e companheirismo. Sua memória ainda não foi afetada pela santa cerva, vc lembra de tudo!!!!! Caramba! Renan, que legal te encontrar por aqui! Bons tempos aqueles! Vc ainda desenha? Tá morando aonde? Abraços apertados e gaitados!
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