7 de fevereiro de 2011

Leituras - parte 3


Black Hole de Chales Burns não é fácil. Essa HQ fala de muitas coisas e na aparência pode ficar apenas uma simples metáfora sobre a AIDS nos anos 70... Mas Black Hole na realidade não fala disso... fala do que é ser jovem, fala do labirinto de uma geração, que apesar do estigma de liberdade, apodrecia no conflito mais íntimo entre a tradição e a liberação. Burns extrapola em metáforas sensíveis, a história aparenta se passar na década de 70, mas dialoga a todo instante com a geração grunge das letras melancólicas de Kurt Cobain, seu gibi é a versão em quadrinhos de Rape Me do Nirvana. Black Hole fala de sexo, família, drogas, música, isolamento e violência, tudo magistralmente desenhado em um traço preciso, carregado de sombra nos momentos de tenção, com traços limpos nos momentos de alegria. A narrativa flui entre devaneios, lembranças, alucinações, construindo um roteiro que não deixa a história em nenhum momento cansativa. Um suspense bem escrito, um terror bem desenhado. HQ para inúmeras leituras e muitas descobertas.







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