E acordei com medo, suava bicas, nó na garganta, o tilintar sem compasso dos pingos de chuva iluminados pelos raios na janela de vidro temperado. Sozinho na cama de lençóis bagunçados abraço meus joelhos e espero em postura fetal retornar ao calor do ventre materno, posso até sentir o arfar do peito de mamãe quando contava-me estórias de ninar, posso ouvir os batimentos simétricos de seu coração, um trovão faz-me acordar dos devaneios edipianos, sento-me na cama e encosto a cabeça molhada na parede. Resolvo ir para o alpendre ver a chuva cair na rua.
Justo o que eu procurava sobre janela de vidro. Obrigada!
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